EFEITOS DOS GRÃOS SECOS DE DESTILARIA SOBRE O CONSUMO E DIGESTIBILIDADE EM BEZERROS DE CORTE ALIMENTADOS EM SISTEMA DE CREEP-FEEDING

Os grãos secos de destilaria (DDG) são coprodutos da indústria do etanol que têm sido utilizados com sucesso na alimentação animal devido seu alto teor proteico e crescente disponibilidade. No entanto, estudos avaliando os efeitos do DDG em suplementos para bezerros de corte são escassos. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos do DDG sobre o consumo e digestibilidade em bezerros de corte alimentados em sistemas de creep-feeding. Foram utilizados 37 bezerros machos F1 Angus x Nelore com idade e peso corporal (PC) inicial médios de 120 dias e 162±4,06 kg, respectivamente. Todos os bezerros foram distribuídos em oito piquetes formados por Urochloa decumbens. Os seguintes tratamentos foram avaliados: controle (somente mistura mineral) e suplementos com 0; 375 e 750 g DDG/kg de matéria seca (MS). Os suplementos foram compostos por milho moído, farelo de soja, ureia e DDG, fornecidos diariamente (10h00) na quantidade de 7,0 g/kg PC. Foram realizados três ensaios de consumo e digestibilidade aos 30, 60 e 90 dias de experimento. Cada ensaio teve duração de 9 dias, sendo 5 dias para adaptação e 4 dias para coletas. A excreção fecal foi estimada, utilizando-se o óxido crômico. O consumo individual de suplemento foi estimado utilizando-se o dióxido de titânio, fornecido misturado ao concentrado. O consumo de forragem foi estimado utilizando-se a fibra insolúvel em detergente neutro indigestível (FDNi) como indicador interno. O consumo de leite foi obtido através da ordenha completa das vacas em 24h. Comparações entre os tratamentos foram realizadas pela decomposição da soma de quadrados em contrastes ortogonais, utilizando-se o procedimento MIXED do SAS 9.4 (α =0.05). Não houve efeito de tratamentos sobre o consumo de leite (P>0,30). O consumo individual de suplemento foi de 1,50, 1,52 e 0,91 kg para animais recebendo suplementos com 0, 375 e 750 g DDG/kgMS, respectivamente. A suplementação aumentou (P≤0,01) o consumo voluntário, exceto os consumos de fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp) e FDNi, que foram similares entre os tratamentos (P≥0,46. Observou-se uma tendência de efeito quadrático da inclusão de DDG sobre o consumo de forragem (P<0,078), com maior consumo para animais recebendo suplemento com 375 g DDG/kg MS. A suplementação aumentou linearmente (P<0,05) a digestibilidade da MS, da PB e o conteúdo de MOD (matéria orgânica digestível) da dieta. Contudo, a adição de DDG diminuiu linearmente a digestibilidade da MS, MO e o conteúdo de MOD da dieta. Foi observado um efeito quadrático da adição de DDG sobre a digestibilidade da PB, com menor digestibilidade para animais recebendo suplementos com 375 g DDG/kg MS. A adição de DDG em até 375 g/kg MS parece estimular o consumo voluntário de forragem. Apesar do efeito positivo sobre o consumo de forragem, a adição de DDG em suplementos para bezerros de corte diminui a digestibilidade e o conteúdo de energia da dieta.