PRODUÇÃO E QUALIDADE NUTRICIONAL DE MIXES DE AVEIA ASSOCIADOS A DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITA PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM

1 de abril de 2024

A associação de cultivares de ciclos diferentes visa equilibrar a produção de biomassa em comparação ao cultivo isolado, enriquecendo o solo da propriedade, protegendo contra erosões, aumentando o período de colheita para ensilagem, gerando renda ao produtor através da produção animal. O objetivo foi avaliar a produção de biomassa e a composição bromatológica de dois mixes de aveia, a partir do pleno florescimento para produção de silagem, sendo: TamPic: 90% aveia branca GMX Tambo + 10% aveia preta GMX Picasso e TamGau: 30% aveia branca GMX Tambo + 70% aveia branca UPF Gaudéria. O experimento foi conduzido no Núcleo de Produção Animal (NUPRAN) na Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) em Guarapuava-PR. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, num esquema fatorial 2×5, sendo dois mixes de aveia associado a cinco momentos de colheita com intervalos de 7 dias entre os cortes, a partir do pleno florescimento, com cinco repetições. As colheitas foram realizadas manualmente com foice serrilhada, a uma altura do solo de 12 cm. O material foi pesado para determinação de produção de biomassa verde (kg ha-1). A abertura dos silos experimentais ocorreu aos 60 dias após ensilagem. Determinaram-se os teores de matéria seca parcial em estufa de ar forçado a 55 por 72 horas. A relação entre peso de planta e teor de matéria seca, permitiu a determinação da produção de biomassa seca (kg ha-1). Os teores de fibra em detergente ácido (FDA) foram determinados segundo Goering e Van Soest (1970) de forma não sequencial. Os teores de carboidratos não fibrosos + estrato etéreo foram calculados por diferença [CNF =100 – (PB + EE + MM + FDN)], e o valor relativo do alimento (VRA) foi estimado conforme metodologia descrita por Bolsen et al. (1996). Os dados foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de significância. O mix TamGau apresentou maiores teores de biomassa natural (45.749 kg ha-1), biomassa seca (7.832 kg ha-1) e FDA (45,67%) em comparação ao mix TamPic (41.331 kg ha-1, 6.946 kg ha-1 e 42,82% respectivamente). Já o mix TamPic apresentou maiores teores de carboidratos não fibrosos + estrato etéreo (20,06%) e VRA (90,66) quando comparado ao mix TamGau (14,61% e 80,27 respectivamente). De modo geral, o mix TamGau expressou maior produção de biomassa, porém com teores mais elevados de componentes fibrosos, diminuindo a digestibilidade do alimento. Por outro lado, o mix TamPic, apesar de menor produção de biomassa, mostrou-se nutricionalmente superior, com maior concentração de carboidratos não fibrosos e estrato etéreo, favorecendo a qualidade do alimento. Cada mix possui suas vantagens e a escolha deve considerar tanto a produção quanto a qualidade nutricional desejada.